Apesar de liderar na região, com destaque para a construção de uma base regulatória sólida, país ainda ocupa a 13ª posição entre os 16 países pesquisados, com desafios de acelerar inovação, investimento e formação de talentos para destravar a adoção de agentes de IA
São Paulo, 17 de novembro de 2025 – Um novo estudo da Salesforce, o “Global AI Readiness Index“, revela que o Brasil se encontra na 13ª posição entre 16 economias globais avaliadas quanto à maturidade na adoção da Inteligência Artificial (IA) no ambiente empresarial. Na comparação regional, o Brasil lidera entre os três mercados latino-americanos analisados, com 18,0 pontos no índice geral, à frente de México (15,3) e Argentina (14,1).
A pesquisa compara países em cinco dimensões – estrutura regulatória, difusão e adoção, inovação, investimento e capital humano – e destaca os desafios e as oportunidades para o país. Um dos focos são os agentes de IA, que permitem que sistemas de IA planejem e ajam autonomamente, como a próxima onda de transformação para empresas e governos. O índice consolida 31 indicadores e mostra que agentes de IA, capazes de planejar, raciocinar e executar tarefas de ponta a ponta, devem crescer 327% nas empresas em dois anos, com potencial médio de 30% de ganho de produtividade.
No Brasil, a estrutura regulatória (8,5) está em linha com a média global ligeiramente abaixo da média global (8.6), enquanto a difusão e adoção (5,0) e o capital humano (3,5) também se encontram abaixo da média (5,8 e 4,5, respectivamente). Já as dimensões de inovação (0,5) e investimento (0,4) mostram-se significativamente aquém da média (1,7 e 1,4, respectivamente), indicando os principais gargalos para o avanço da IA no país.
Em termos práticos, o estudo aponta três frentes prioritárias para o Brasil: converter a boa base regulatória em implementação (sandboxes, aquisições públicas e padrões de garantia); acelerar capital e inovação (missões orientadas, créditos de computação, “blended finance” e coinvestimento); ampliar qualificação e a adoção em larga escala (formação aplicada, incentivos a PMEs e serviços públicos).
“O Brasil tem um enorme potencial para se destacar no cenário global de IA. Vemos que a dimensão regulatória, comumente citada como uma barreira para o desenvolvimento de novas tecnologias, está próxima do que se vê no mundo, principalmente na Europa. Certamente temos pontos a ajustar na discussão regulatória brasileira e atuaremos com o poder público, setor privado e academia para superar os desafios apontados no estudo. Investimentos estratégicos em educação tecnológica, incentivos à inovação e políticas públicas que fomentem a adoção responsável da IA podem transformar o país em um hub de excelência na área. Além disso, é crucial fortalecer parcerias público‑privadas para ampliar a infraestrutura digital e atrair investimentos que acelerem a difusão de tecnologias avançadas, garantindo que o progresso seja inclusivo e beneficie toda a sociedade. Importante destacar que o Brasil tem caminhado nesse sentido, com o debate do plano de atração de datacenters, a reforma tributária e iniciativas como o PBIA, que buscam criar melhores incentivos para o setor no país”, comenta Pedro Brasileiro, gerente sênior de relações com o governo da Salesforce no Brasil.
Entre os movimentos locais que contam com a parceria da Salesforce estão ações com o estado do Rio Grande do Sul e de São Paulo para treinar milhares de pessoas em agentes de IA, por meio de trilhas gratuitas. O relatório destaca o foco do PBIA 2024–2028 e da Estratégia Brasileira de IA (2021) em IA generativa, agentes de IA, ética e aplicações setoriais (logística, transporte, saúde, agro e setor público). O documento também aponta o interesse crescente em datacenters sustentáveis no Brasil, alavancando energia limpa e acessível, como vetor para acelerar difusão e P&D em IA.
Metodologia
O Índice Global AI Readiness abrange 16 países onde a Salesforce opera, incluindo Argentina, Austrália, Canadá, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Arábia Saudita, Singapura, Coreia do Sul, Reino Unido e Estados Unidos da América. O relatório avaliou a prontidão para adoção de agentes de IA nesses países com base em 31 indicadores distribuídos em cinco dimensões: (1) estrutura regulatória e infraestrutura digital, (2) difusão e adoção, (3) inovação, (4) investimento e (5) capital humano. Os dados (coletados preferencialmente a partir de 2023) são públicos e comparáveis, com fontes como ONU, WEF, WIPO, OECD, IPSOS e CB Insights. Os indicadores foram selecionados por relevância, cobertura e transparência.
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